Há três meses temos acompanhado a vistosa mobilização estudantil no Chile, liderados por uma estudante comunista, com o auxílio da FECH (Federação de Estudantes Chilenos). Com o apoio de 81,9% da população chilena os estudantes vão incansavelmente às ruas reivindicar uma educação gratuita e de qualidade, tanto no ensino secundário como no ensino superior.
Nas universidades ditas “públicas” os estudantes além de pagarem a matrícula pagam também às mensalidades. Pasmem, o valor das mensalidades vão muito além do salário mínimo. A mensalidade pode chegar a custar 300 mil pesos chilenos, enquanto os trabalhadores que contam com apenas um salário mínimo, recebem 182 mil pesos chilenos. O financiamento público da educação é igualmente pauta de discussões para os estudantes secundaristas, já que os colégios são financiados pela iniciativa privada. Isto gera uma exorbitante desigualdade educacional.
Talvez esta desigualdade na educação explique a grande adesão popular às lutas estudantes nos diversos setores organizacionais da sociedade civil chilena. Os professores e os sindicatos de trabalhadores do cobre proclamam apoio aos estudantes.
Podemos no atual momento de antagonismo entre a sociedade civil chilena e o governo chileno, supor que o presidente Sabastián Piñera irá atender as reivindicações dos estudantes. Ledo engano, o excelentíssimo presidente do Chile, de extrema direita, continua fazendo uso do aparelho coercivo do Estado para reprimir as manifestações com o auxílio de bombas e jatos d’água.
Na sociedade ocidental a educação reflete a disparidade social entre as classes, tendo em vista que a educação de qualidade conduz o indivíduo a uma classe social mais beneficiada economicamente em contraponto ao indivíduo que não goza da mesma educação. O povo chileno já percebeu que a educação de qualidade e democrática é capaz de emancipar o indivíduo do aprisionamento que as classes hegemônicas os impõem.
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